INOVAR
12:52
Rebeka&Rayssa
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O futuro da moda é inovar
17.12.2011| 15:00
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Para fechar 2011 com chave de ouro, a DressCode entrevistou Natalie Oliffson, coordenadora de moda do Première Brasil. O Première Vision é o maior salão mundial de tecidos para a indústria da moda, e maior evento de encontro de profissionais do setor. O evento apresenta, através da Cartela de Cores Premiere Vision e dos Foruns de Inspirações, uma base para criadores e estilistas de todo o mundo para o desenvolvimento de suas coleções.
Natalie fala sobre questões pontuais para quem transita entre o entender moda e pensar o processo de construção da sua identidade.
Para encerrar o ano, decidimos olhar o futuro. Já que em menos de um mês a gente já começa a acompanhar a maratona das semanas de moda e o assunto vai girar em torno do inverno.
O POVO – Para onde aponta o futuro da moda?
Natalie Oliffson - Vivemos um momento de grandes questionamentos sobre o futuro da moda, sobre o futuro do consumo e sobre o futuro da humanidade. Nós acreditamos que o futuro está ligado à criação. Criação de novos tecidos, de novos produtos, e também de novas formas de fazer e pensar moda. Novos processos. O mundo está em ebulição e é preciso inovar, sempre.
OP – Como você identifica a moda brasileira? Que rumos enxerga para ela?
Natalie - O Brasil é um país muito sensível à moda. O consumidor brasileiro, com sua mistura de raízes (portugueses, índios e negros), é um povo que gosta de se adornar, e logo consome moda. Do ponto de vista da criação de moda brasileira, entendo que temos potencialidades criativas que merecem evoluir. O Brasil é muito grande e tem espaço para diferentes tipos de empresas e trabalhos. O mundo está de olho no Brasil, especialmente no mercado consumidor. A moda brasileira deve buscar desenvolver ainda mais a sua criatividade para enfrentar a nova realidade. Criatividade em todos os aspectos.
OP – O que não vai sair de moda nos próximos cinco anos?
Natalie - A necessidade de se profissionalizar e de se reinventar.
OP – O que está no fundo do baú que voltará com força total?
Natalie - Acho que tudo que estava no baú tem sido recuperado, solicitado, reinterpretado.
OP – O que vai estar na moda em 2012?
Natalie - Cores expressivas, humor e mistério são algumas apostas.
OP – É preciso estar constantemente comprando para estar na moda?
Natalie - Em minha opinião, não. Hoje as pessoas mesclam diferentes peças e o interessante e buscam um estilo. Daí o grande desafio de despertar novos desejos a cada temporada.
OP – Em que se baseia a pesquisa da Premiére Vision? Como atuam os pesquisadores?
Natalie - Temos um procedimento de encontros que antecedem a preparação de uma estação. São as chamadas Concertações das quais participam, estilistas, jornalistas, sociólogos e representantes da indústria têxtil, expositores de nosso salão em Paris. A partir destes encontros a informação vai se afinando e ajustando e a equipe de moda Première Vision elabora uma Síntese que é enviada para todos os expositores de PV Paris, bem como de Première Brasil, antes dos salões. Em seguida esta informação é apresentada, em outro formato para os visitantes.
OP – Esse ritmo alucinante que a moda, que alguns estilistas são contra, vai parar? Você acha que desenhar tantas coleções por ano será uma questão a ser repensada? Ou não há outro caminho para a produção de moda?
Natalie - Acho que não é adequado generalizar desta maneira a avaliação do mercado. Acho até perigoso. O fast fashion é uma estratégia que se adequa a determinado tipo de empresa. Mas que certamente não vale para todas. Cada empresa deve compreender o seu posicionamento e o seu lugar no mercado e encontrar seu próprio caminho.
A revista Buchicho Moda já está nas bancas e principais livrarias, e traz informações de moda como livros, decoração, música e vários looks para Réveillon e festas. Eu mesma escrevi um texto sobre o livro Glamour, de Diana Vreeland. O livro que é “tem que ter” para quem gosta de moda é o diário de inspiração da polêmica editora de moda que comandou a Hapers Bazaar e a Vogue norteamericanas.
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